O orvalho é a lágrima da manhã, que chora por nunca poder encontrar-se com a noite.
Eis que a noite está pouco preocupada com o orvalho,
Ela se passa na gandaia despreocupada com tal choro
Mas a chuva da noite pode ser um indício da falta que sente do dia
Ou mesmo a necessidade de banhar-se de liberdade cansada
E até a vontade de banhar o dia, que chaga em breve, dessa sua nostalgia.
É claro!
O dia é que sente falta, pois ao fim da noite se apercebe do perdido e se amarga
Se amarga e se perde no escondido e escuro das trevas, para renascer com um oculto sorriso insípido.
Com aura de um pseudo-místico, o dia se acaba estafado, enquanto ela...
Faz-se plena de ternura e de carinho com certo biquinho de amuada e bela
E desmistifica tudo o que pode ser atribuído de ruim à cor negra
E manifesta que é bela, que é pulcra e que se faz incandescente, mesmo que só por uma nesga.
Afe Maria Lua, que desnudas toda pele e me ofuscas a vista, doando de sua nudez à prazo, à versos sem nenhuma prosa ou
Sol, que encandeia as aves no céu e as Marias terrestres.
Pois de pensar em te despir, me inspiro num suspiro giro, rodopio, tornado, dentro da cabeça à beça tenso, me peça que me reinvento belo só pra te agradar beijada.
Dançando como fadas no encanto
Misteriosamente contando e vivendo no hermético atravessar da noite-dia
Pois ao atravessar o algodão e o linho, no macio ninho me esqueço
Ao passo que ofereço o belo e vejo que fiquei sem versos.
(poesia a "4" mãos de Adriano Sargaço e Lud Patriota)
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Um comentário:
Eita, so(l)zinho dengoso..., rs.
A lua se derreterá toda ao ler tal escrita luminosa, rs.
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